Faltando apenas 4 dias para as eleições municipais do Rio de Janeiro, a situação parece estar praticamente decidida em como se formará o 2º turno. A não ser que aconteça um terremoto (e é possível), Eduardo Paes (DEM), franco favorito, com 34% no último DataFolha, pegará no 2º turno o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) que tem 14%, empatado tecnicamente com Martha Rocha (PDT), que tem 11%.
Apesar de no limite da margem de erro, ter um empate com Benedita da Silva (PT), que aparece com 8%, é muito raro um instituto errar assim. Até porque Bené vem mantendo a mesma intenção de votos desde que o DataFolha iniciou suas pesquisas, em 8/10, apenas em 22/10 ela apareceu com 10%:
Candidatos | 11/11 | 5/11 | 22/10 | 08/10 |
Eduardo Paes (DEM) | 34% | 31% | 28% | 30% |
Marcelo Crivella (REP) | 14% | 15% | 13% | 14% |
Martha Rocha (PDT) | 11% | 13% | 13% | 10% |
Benedita da Silva (PT) | 8% | 8% | 10% | 8% |
Luiz Lima (PSC) | 5% | 5% | 4% | 1% |
Renata Souza (PSol) | 4% | 3% | 5% | 3% |
Bandeira de Mello (REDE) | 2% | 3% | 3% | 3% |
Cyro Garcia (PSTU) | Obteve menos de 1% | 1% | 1% | 2% |
Clarissa Garotinho (PROS) | 1% | 1% | 1% | 1% |
Fred Luz (NOVO) | 1% | 1% | 1% | 1% |
Paulo Messina (MDB) | 2% | 0% | 0% | 1% |
Glória Heloiza (PSC) | 1% | 0% | 1% | 0% |
Suêd Haidar (PMB) | Obteve menos de 1% | 0% | 0% | 0% |
Henrique Simonard (PCO) | Obteve menos de 1% | Não foi citado | Não foi citado | 0% |
Indecisos | 3% | 2% | 3% | 3% |
Brancos ou nulos | 14% | 16% | 17% | 22% |
Ainda, a oscilação negativa de Martha, que vinha mantendo 13%, caiu 2 pontos percentuais, especialmente após a série de ataques da campanha de Paes, que prefere um 2º turno com Crivella, onde a comparação entre os governos será favorável ao ex-prefeito. Com essa pequena queda, é sinal de que ela terá uma dificuldade ainda maior de conseguir ir ao 2º turno, a não ser que parte dos eleitores de Benedita e Renata Souza decidam o voto útil em Martha, o que parece que não vai acontecer. Ao contrário, tem-se visto uma movimentação de parte do eleitorado de Martha em direção a Paes.
Também não se é aconselhável a esquecer que as pesquisas tendem a não pegar o voto conservador, em especial o Bolsonarista, errando alguns pontos percentuais nestes casos. Não seria de estranhar que em 15/11, Crivella estivesse acima destes 14%, talvez com 17% ou mais. O grande fator negativo de Crivella é a gestão, que faz com que muitos conservadores, 5% tenham decidido por Luiz Lima (PSL) na pesquisa, e outros prefiram o próprio Paes.
Mas a não ser que haja uma grande virada nos próximos dias, tudo caminha para que seja realmente Eduardo Paes e Marcelo Crivella no 2º turno.
Mas o possível terremoto pode acontecer
Justiça que tarda, é falha, e o TSE pode decidir pela impugnação da chapa de Crivella nesta sexta-feira, 13/11. Isso mesmo, a 2 dias da eleição, o candidato que aparece em 2º lugar pode ser tirado do jogo. E, detalhe, o julgamento pode durar até depois das eleições, mais especificamente no dia 19 de novembro.
Isso é uma verdadeira bomba, porque se considerado inelegível pelo TSE, os votos em Crivella serão considerados nulos. O que pode levar a três cenários:
Vitória de Eduardo Paes no 1º turno
Se tirar os 14% de Crivella de acordo com o DataFolha, a soma dos adversários de Paes passa a ser de 35%, o ex-prefeito tem 34%. Aumenta a probabilidade de uma vitória em 1º turno, especialmente se a inelegibilidade já for declarada depois de domingo, e Crivella for melhor nas urnas do que mostram as pesquisas.
Martha Rocha no 2º turno
Se a pesquisa mantiver como está, e Eduardo Paes não conseguir uma votação melhor, nem Crivella, a delegada Martha Rocha vai conseguir ir para o 2º turno mesmo sem os votos necessários para tal.
Vai lembrar muito o caso Wilson Witzel (PSC) em 2018 contra o próprio Paes, quando retiraram a candidatura de Anthony Garotinho faltando apenas 2 semanas para o dia da eleição, o que fez com que Witzel acabasse se tornando governador.
Um 2º turno com Luiz Lima
Um cenário mais improvável, é que a decisão do TSE pela inelegibilidade de Crivella aconteça na sexta, e esse decida apoiar Luiz Lima (PSL). Com 5%, pode levar boa parte dos votos conservadores, e chegar ao 2º lugar.
É um cenário improvável, mas vale lembrar que o próprio Witzel saltou de 1% para vitorioso em 2018. É verdade que o ex-governador perdeu na capital, mas uma mudança destas a 2 dias da eleição faz com o que o cenário seja possível.