O dia 13 de maio guarda duas celebrações importantes para os brasileiros: é a data em que a Princesa Isabel assina a Lei Áurea, extinguindo de uma vez por todas o flagelo da escravidão no Brasil (vergonhosamente, o último país das Américas a abolir) e também a data em que é fundada a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. Tais datas guardam certa correlação – uma vez que 134 anos depois da Abolição, é a PMERJ uma das instituições que mais abriga negros em seu quadro funcional em todo o Brasil. Há dados que falam em 60% de negros e pardos – sendo que pelo menos quatro negros já chegaram ao posto máximo da corporação, o de comandante-geral: os coronéis Nazareth Cerqueira, Francisco Braz, Ubiratan Angelo e Gilson Pitta.
Se há instituição neste país que trabalha pela emancipação definitiva dos descendentes de escravos, esta é a PMERJ.
No entanto, um ato da Polícia Civil é que acabou sendo a grande homenagem este ano: na tarde de quarta-feira, (11/05), policiais civis entraram no Jacarezinho e derrubaram um inacreditável “monumento aos mortos” erguido de forma ilegal – aliás, a esquerda, como sabemos, prefere homenagens ilegais e nosso trabalho é retirá-las – na favela. Uma placa em concreto com a lista dos “heróis” mortos ao lado do único mártir de verdade daquela tarde: o policial civil André Frias. Por vários e vários dias tivemos o desprazer de ver o nome desse guerreiro, morto brutalmente com tiros de fuzis, ao lado de bandidos que escolheram o confronto e não a rendição. Bandidos que, segundo todos os mandados judiciais daquela operação, estavam oprimindo moradores, ameaçando famílias, recrutando crianças para o tráfico.
A Polícia Civil cumpria os mandados quando houve um ataque insano. Os policiais responderam dando voz de prisão e foram rechaçados. Com o uso progressivo da força, venceram a batalha, embora com a baixa lamentável, triste, do André Frias.
Há quem profira discursos sobre a “memória” dos bandidos que estavam nomeados naquela placa. Acham que são “escravos da era moderna” ou coisa do tipo. Não são. São criminosos. Ou, melhor ainda, eram. Escolheram esse caminho, com livre arbítrio – um caminho que não foi escolhido por 99% dos moradores daquela comunidade.
Eu proponho que em cada comunidade haja, sim, um monumento como aquele. Mas que nesse monumento haja o nome dos que pereceram por causa do uso de drogas ilícitas. O nome dos policiais que morreram tentando livrar a comunidade daquela opressão – garanto que em todas as favelas do Rio de Janeiro, nos últimos 30 anos, pelo menos um policial já foi morto em cada uma. E mais: que tal o nome das famílias que já sofreram por causa da falta de remédios, de emprego, de transporte, de creches e de hospitais? Por que não homenagear aqueles que preferem o caminho duro da honestidade em vez da ostentação das quadrilhas armadas e violentas? Por que esses criminosos é que seriam os “escravos da era moderna”, sempre defendidos e cantados em prosa e verso pela esquerda?
A Polícia Civil do Rio de Janeiro, com seu ato de derrubar a ilícita homenagem, deu um passo importante para a restauração da ordem.
No ano passado, ainda protocolei um Projeto de Lei que proibia toda e qualquer homenagem – já sabia do caráter dessa gente. Se forem fazer homenagem, façam no cemitério ou num aterro sanitário – não no local que precisa de reconstrução, de ordem e de segurança.
O 13 de maio é um dia para pensar em Liberdade – e que bom que, junto à Liberdade, comemoramos também a criação da Polícia Militar. Não à toa, esta chegou primeiro que a outra – como sabemos, o preço da liberdade é a eterna vigilância.
Meus parabéns a todos os policiais militares pelo seu dia, aos policiais civis pela coragem e restauração da ordem e a todo o povo do Rio de Janeiro que começa a viver um tempo no qual os marginais ficam, definitivamente, à margem.