Neste 13 de dezembro de 2020, mesmo em meio à uma grave crise sanitária (COVID-19), é preciso celebrar o aniversário de Luiz Gonzaga (o “Gonzagão”), nascido em 1912 em Exú, Pernambuco.
Em 2019, a salvaguarda das diversas matrizes do forró que compõem parte indissociável do imaginário coletivo, da história e memória, da cultura e da identidade do povo brasileiro, passou a ser analisada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) à partir de um movimento iniciado em 2011, pela Associação Cultural Balaio Nordeste, o que tem mobilizado músicos, artesãos, mestres forrozeiros, pesquisadores e produtores culturais pelo Brasil à fora.
No Rio de Janeiro, participamos do Fórum Forró de Raiz, cujo grande desafio é o de fomentar políticas públicas voltadas à valorização das múltiplas manifestações do forró e sua importância socioeconômica.
No entanto, considero fundamental acrescentar nesta análise técnica atualmente à cargo do IPHAN, a grande importância da singular Ecologia do Sertão, Agreste, Caatinga e do Cerrado, cujos frágeis ecossistemas, sua paisagem e recursos hídricos (já que a Água é um bem público em constante disputa!), presentes nestes biomas estão super ameaçados por modelos econômicos historicamente predatórios e concentradores de poder econômico e político.
Para isso, na absurda ausência de um Ministério da Cultura que foi equivocadamente extinto de forma abrupta desde 2018, é preciso que o IPHAN também reconheça que, já há alguns séculos, as nossas canções e danças, o cordel, o artesanato, a xilografia e a gastronomia, entre outras manifestações populares, sempre buscaram reverenciar e registrar para as atuais e futuras gerações as riquezas presentes neste extenso território e em seu espaço geográfico e sua diversidade de fauna e flora que têm influência direta nas formas de convivência e re-existência do povo.
Afinal, na terra dos “Brasis”, como originalmente eram chamados os povos originários, há muito tempo, todos os dias tem forró.