A despeito das repetidas publicações baseadas na menção do nome do Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempestta, pelo presidiário Sergio Cabral Filho, condenado a mais de 100 anos de cadeia por múltiplos crimes, e da delação premiada de Wagner Portugal, o que se nota é que não há qualquer indício ou prova contra nenhum integrante da Arquidiocese.
O Arcebispo de uma cidade é a maior autoridade da Igreja Católica naquele território. Com isso, sendo o Brasil um país de maioria Católica, o Arcebispo recebe prefeitos, governadores, presidentes, vereadores, e todo o tipo de autoridade, pois sua interação com eles é necessária, de parte a parte. E se estes dignitários com quem o Arcebispo é obrigado a conviver em cerimônias e encontros oficiais forem ladrões, desonestos e quadrilheiros, sinto muito, mas a culpa é nossa. Pois somos nós que os elegemos.
A verdade mais assente neste caso é que a Record TV, propriedade da Igreja Universal do Reino de Deus, está centralizando suas metralhadoras na Igreja Católica, por motivos óbvios, e que a Globo há muito tempo saiu do jornalismo tradicional para o sensacionalista. Hoje em dia, O Globo e Época são meios de comunicação que vivem de manchete. Aqui no mundo do DIÁRIO DO RIO, o mundo online, seriam chamados de “caça clique”.
A conclusão é óbvia pois Dom Orani foi citado de forma completamente não específica: “ele devia saber”, diz o presidiário Cabral, que não lembra mais se sua propina em dado negócio era mesmo 100 milhões. Esquece 100 milhões, mas os outros “deviam”saber. E mais: estamos falando de um sujeito truculento, que enfrentava a tudo e a todos, mas agora que foi condenado há mais de 100 anos de cadeia, se sente “livre”. Se sente livre ou quer diminuir seus anos de prisão?
Se sairmos da seara do achismo de Cabral e entrarmos no mundo de Wagner Portugal, um lobista igrejeiro que circulava mais no meio da política do que no da Igreja, a coisa piora. Wagner Portugal nunca trabalhou para a arquidiocese do Rio de Janeiro, nunca exerceu nenhum cargo, e nem mesmo foi padre aqui !
Parece até que ninguém nunca ouviu falar daquela típica figura que frequenta igreja e leva bolo e pão doce todo dia pro Padre, pra conseguir bolsa em universidade católica, ou uma posição de destaque dentro da paróquia. O paralelo é simples. Wagner Portugal era um puxa saco daqueles que tira foto ao lado de quem mal conhece, daqueles que dá presentinho pra secretárias pra ser atendido primeiro. E o que uma pessoa normal faz? Sorri, tira foto, cumprimenta, elogia… e ele, por sua vez, podia querer parecer tão próximo pra usar o nome do Arcebispo em suas supostas maracutaias.
Toda pessoa pública – e sim, senhor, o Arcebispo é uma pessoa MUITO PÚBLICA – sorri e bate papo com milhares de pessoas todos os meses, e algumas dessas pessoas, SIM, tem más intenções. E algumas tem a habilidade do mal de conseguir parecer mais próximas do que são, e de fazer dinheiro com isso. Não ocorre só na Igreja. Vejo isso, diariamente.
Dom Orani fez sua parte: vejam só, mesmo com todo o puxassaquismo, com toda a insistência do lobista igrejeiro, nunca se associou a ele. Nunca o deu emprego, função ou cargo na Arquidiocese do Rio de Janeiro. Receber alguém e tirar foto com ela é simplesmente parte da liturgia do cargo que exerce com grande destaque na Cidade Maravilhosa.
É muito importante que este caso seja investigado a fundo, mesmo não havendo sequer um indício de que as afirmações sejam verdadeiras. Uma boa investigação irá revelar a verdade, e, em seu pronunciamento de ontem, o Arcebispo se mostrou absolutamente tranquilo, até porque o fato de alguém utilizar seu nome, não significa que tenha recebido autorização para tal. Usar o nome dos outros é a maior arma dos piores pilantras.
Que em reinando a verdade, e esperamos por ela, eles sejam obrigados a noticiar a honrar dos inocentes supostamente benvolvidos.
Falar na Record e no prefeito do Rio, porque eles não vem a estação de Cosmos ver a Igreja protestante que fizeram dentro da ferrovia?
Pois se está em terreno da ferrovia, com certeza tem autorização do prefeito.
A Rede Record adora dar manchetes repetidas quando o assunto atinge a Igreja Católica, mas se abstém de noticiar o péssimo trabalho do prefeito do Rio . E olha que todos os dias surgem notícias do descalabro dessa administração Crivela e a Record ignora isso mas ao mesmo tempo noticia as inaugurações de alguma coisa no Rio. Acreditar nessa imprensa, só trouxa ou alienado.