A nova campanha publicitária do Governo do Estado embarca no clima de Copa do Mundo e convoca a população fluminense a entrar em campo para combater o mosquito causador de dengue, zika e chikungunya. São necessários apenas dez minutos por semana para eliminar os focos e reduzir o risco de uma epidemia no verão que se aproxima. A campanha começa a ser veiculada em rádios e TVs, além dos canais oficiais, na próxima quinta-feira, (27/10).
“Olha o vaso de planta juntando água na entrada da área. Vira, vira a garrafa. Que bela jogada!”.
“O combate à dengue é um esforço coletivo do poder público e dos cidadãos. O Governo do Estado está mobilizando todos os recursos necessários em uma grande campanha de enfrentamento à doença. Em apenas dez minutos por semana, é possível dar conta dos focos do mosquito e deixar nossas casas mais seguras. Vamos trabalhar juntos com a população para vencer a luta contra a dengue”, declarou o governador Cláudio Castro.
Um levantamento da Secretaria de Estado de Saúde (SES) aponta que os casos de dengue no estado do Rio de Janeiro registraram um aumento de 300% de janeiro a outubro de 2022 comparado com o mesmo período de 2021. O número de casos de chikungunya cresceu 24% no mesmo período. De acordo com os dados registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), em 2022, foram notificados 10.471 casos e 14 óbitos por dengue e 611 casos e nenhum óbito por chikungunya. Em 2021, foram 2.613 notificações e 4 óbitos por dengue e 492 casos e nenhum óbito de chikungunya. Apenas a zika apresentou redução no período.
As chamadas arboviroses são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, presente em toda a área urbana e periurbana do estado. Com a aproximação do fim do ano, período em que ocorre aumento dos focos do mosquito, a SES publicou esta semana o Plano de Contingência para Enfrentamento às Arboviroses Urbanas causadas pelo Aedes aegypti 2022/2024 e faz um alerta sobre a importância da população atuar na eliminação dos criadouros.
“O plano visa dar uma resposta rápida a uma possível epidemia. Ele também está relacionado com a prevenção à doença. E para isso estamos lançando uma grande campanha de conscientização da população, reforçando a campanha 10 minutos salvam vidas. O mosquito da dengue vive preferencialmente dentro das nossas casas, por isso é tão importante que todos dediquem 10 minutos por semana para eliminar os focos”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.
O documento elaborado pela Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SUBVAPS) é uma ação de resposta rápida ao aumento no número de casos das arboviroses. Ele traça estratégias para orientar os municípios em quatro áreas: gestão, assistência, comunicação e mobilização social. O plano prevê desde a capacitação de profissionais de saúde para o atendimento adequado dos casos suspeitos até as ações de contingenciamento, como por exemplo, a estruturação de centros de acolhimento em unidades de saúde e UPAS, visando garantir atendimento adequado, considerando as especificidades da doença.
Entre os principais objetivos do plano estão o monitoramento da circulação viral da dengue, da zika e da chikungunya em todas as regiões do estado, identificação das áreas de maior risco, promoção permanente de mobilização social, qualificação da assistência para atendimento aos pacientes e detecção precoce dos casos e organização da rede assistencial para acompanhamento dos pacientes na fase crônica. O programa estabelece que a vigilância estadual atue auxiliando os 92 municípios do estado na elaboração dos seus planos de contingência, na investigação dos óbitos suspeitos, na avaliação e na qualificação das práticas assistenciais nas unidades de saúde, no apoio à implantação de salas de situação e centros de hidratação, entre outras atividades.
Os subtipos da dengue
A dengue é uma doença febril aguda causada pela picada dos mosquitos Aedes aegypti. Existem quatro subtipos de vírus da dengue: DenV-1, DenV-2, DenV-3 e a DenV-4. Atualmente, os sorotipos 1 e 2 são os que mais circulam no estado, sendo o DENV-2 prevalente. Esse vírus não circulava no Rio de Janeiro desde 2008 e é um dos fatores ligados ao aumento de casos registrados este ano.
– Desde 2019, estamos monitorando a reentrada do vírus tipo 2 da dengue, responsável pela maior epidemia que o estado enfrentou em 2008. Quem nasceu depois desse período não tem imunidade para esse subtipo do vírus. Por isso, temos uma importante parcela da população suscetível, o que pode levar ao aumento da transmissão – reforça o secretário de Saúde.
Prevenção
Além da campanha de conscientização que será lançada nesta quinta-feira (27), as equipes da vigilância estadual atuam junto aos municípios apoiando no monitoramento das visitas domiciliares, pesquisa do índice de infestação para saber a quantidade de mosquito em cada localidade, distribuição de inseticida, entre outras ações.
10 minutos salvam vidas
A melhor forma de se proteger contra as doenças causadas pelo mosquito é evitar que ele se desenvolva, ou seja, eliminar os focos de larvas. Medidas simples podem ser adotadas por todos, como:
• Verificar se a caixa d’água está fechada e bem vedada;
• Deixar as lixeiras tampadas;
• Colocar areia nos pratos de plantas;
• Recolher e acondicionar o lixo do quintal;
• Limpar as calhas;
• Cobrir piscinas;
• Tapar os ralos e baixar as tampas dos vasos sanitários;
• Limpar a bandeja externa da geladeira;
• Limpar com esponja as vasilhas dos animais de estimação e trocar a água com frequência;
• Limpar a bandeja coletora de água do ar-condicionado;
• Cobrir bem a cisterna;
• Cobrir bem todos os reservatórios de água.
Dez minutos por semana dedicados a evitar a dengue podem salvar vidas.