Porto de Itaguaí investirá R$ 3 bilhões na construção de novo terminal de minério de ferro

“O novo terminal será mais uma opção para o escoamento do minério da área de influência do Porto de Itaguaí,” diz o presidente de Docas

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Porto de Itaguaí/Reprodução

O Porto de Itaguaí vai ganhar mais um terminal para exportação de granel sólido mineral, segundo a Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Para a implantação do empreendimento será utilizada uma área de 312.514m², na qual serão investidos R$ 3 bilhões para aumentar a capacidade de escoamento de minério de ferro em 30 milhões de toneladas por ano. 

Equipes técnicas do Ministério da Infraestrutura (MInfra) e da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) visitaram o Porto de Itaguaí, nos dias 11 e 12/05, para avaliar as condições locais para o futuro arrendamento da ‘área do meio’ ou ITG-02, com término previsto neste 1° semestre.

Segundo o gerente de Estruturação de Projetos da EPL, Fernando de Castilho, a avaliação é importante para verificar a dinâmica do mercado da região e a capacidade instalada para armazenagem e movimentação de cargas no porto.

Para a Secretaria Nacional de Portos e Transportes Aquaviários (SNPTA/MInfra), o projeto é prioritário, como adiantou o coordenador-geral de Modelagem de Arrendamentos Portuários da SNPTA, Alessandro Marques.

 “Existe uma expectativa de que, ainda no 1° semestre de 2022, o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos qualificará o projeto ITG-02 como prioridade nacional”, disse Marques, que acredita que o Edital de Licitação deve ser lançado no último bimestre deste ano, com realização do leilão no 1° trimestre de 2023, com o início das operações previsto para 2028.

O diretor-presidente da Docas do Rio, Francisco Antonio de Magalhães Laranjeira, demonstrou otimismo quanto ao sucesso do novo terminal.

 “o novo terminal será mais uma opção para o escoamento do minério da área de influência do Porto de Itaguaí, aumentando a capacidade e a atratividade do complexo portuário, e vai ampliar a competitividade brasileira no comércio exterior, gerar empregos para a região e melhorar a situação econômica, com mais receitas tanto para a companhia como para o Estado do Rio de Janeiro,” declarou Magalhães Laranjeira.

Já o coordenado-geral de Modelagem de Arrendamentos Portuários, Alessandro Marques, enfatizou que o Brasil é o 2º maior produtor de minério de ferro do mundo, sendo que o produto ocupa o segundo lugar em exportação pelo país, depois do complexo da soja.” Segundo Marques, “considerando a importância das exportações de minério de ferro para o comércio exterior brasileiro, que devem continuar performando bons números nas próximas décadas, e considerando a infraestrutura de acesso, tanto ferroviário quanto aquaviário, e a disponibilidade de área do Porto de Itaguaí, o projeto do ITG-02 constitui grande relevância para todo o país”. 

O Diretor de Negócios e Sustentabilidade da Docas do Rio, Jean Paulo Castro e Silva, por sua vez, afirmou que o “projeto de um novo grande terminal de minério em Itaguaí demonstra a importância desse porto para o escoamento da produção do Quadrilátero Ferrífero e o consolidará como o principal complexo portuário do país na exportação de uma das mais importantes ‘commodities’ do nosso comércio exterior”.

Wagner Victer, que foi conselheiro de Docas por mais de 8 anos e também secretário de Estado da área Portuária, discorda dos benefícios a serem trazidos para o Estado do Rio de Janeiro, com a construção do novo terminal em Itaguaí. Para ele, a medida será uma grande erro econômico e ambiental.

“Acho uma péssima notícia para o Estado. Isso não é para comemorar, é para chorar! Essas atividades são extremamente poluidoras e já temos alguns terminais de minério, na Baía de Sepetiba, com licenças ambientais vencidas, como a da Vale, na Ilha da Madeira. Há operações de minério também para Terniun (que pelo menos transforma em aço), CSN e Porto do Sudeste. Ser corredor de exportação de commodities produzidas em outros estados é um retrocesso, uma vez que não gera empregos, não agrega nada à economia Fluminense. Além de não pagar impostos, sendo que as empresas ainda colocam o endereço fiscal fora do estado onde está a mina, não impactando na transferência de impostos federais e no PIB do Rio. Ficamos basicamente com a poeira e a poluição, além das míseras contribuições de Royalties da mineração. É errado do ponto de vista do Estado. Observem, se o Porto de Santos, em São Paulo, aceitaria essa carga. Nossos portos de vocação para indústrias e serviços, como Itaguaí e Açu, se tornam meros corredores para outros estados. Isso, sim, impacta o meio ambiente marinho daquela bela Baía de Sepetiba,” disse victer

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2 COMENTÁRIOS

  1. Infelizmente a classe política faz esse tipo de negócio mais não envolve representantes e movimentos da classe trabalhadora,todos os contatos devem e podem ser revisados para que possamos ter viabilidade no projeto.

  2. Não vou dizer que o Victer estar coberto de razão, mais tudo pode ser pensado e ver se é viável esse empreendimento de bilhões, porque tem que gerar ganho para o estado se não não vale o investimento.

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