Vacinação contra a Covid-19 no Rio: o que se sabe até agora?

O DIÁRIO DO RIO reuniu as informações disponíveis sobre o Plano de Imunização Nacional, o plano estadual e o que tem sido feito pela Prefeitura do Rio

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Foto: Divulgação

Em meio a uma pandemia, o mundo está em busca de uma vacina. Alguns países já deram início à imunização, diversos estudos estão sendo realizados, e, com tudo isso, fica o questionamento: quando a vacina chegará aos cariocas? Além do Plano Nacional de Imunização (PNI), a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado também se preparam para a vacinação contra a Covid-19.

O DIÁRIO DO RIO separou todas as informações disponíveis sobre os planos da Prefeitura e do Governo do Estado para a imunização contra o coronavírus, além do PNI.

Plano Nacional de Imunização

Antes de tudo, há o Plano Nacional de Imunização (PNI), que já definiu como serão divididas as primeiras fases. Os primeiros a serem vacinados serão os trabalhadores da área de saúde, pessoas com 75 anos ou mais, pessoas de 60 anos ou mais que viviam em instituições como asilos, população indígena em terras demarcadas aldeadas, povos e comunidades tradicionais ribeirinhas. Na sequência, na fase 2, pessoas de 60 a 74 anos e na terceira fase pessoas com comorbidades. Somente após o atendimento aos grupos prioritários as outras pessoas serão imunizadas.

Nas três primeiras fases, o governo pretende usar o imunizante desenvolvido pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), com 210,4 milhões de doses. Depois, seria incluída a aquisição de 42,5 milhões de doses do consórcio Covax. O Ministério da Saúde também avalia obter vacinas da Pfizer/BioNTech, Johnson&Johnson, Instituto Butantan (CoronaVac), Bharat Biotec, Moderna e Instituto Gamaleya (Sputnik), mas, até então, não há intenção de compra.

Ainda não há uma data marcada para o início, porque nenhuma farmacêutica tem o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Entretanto, em pronunciamento em rede nacional no dia 06/01, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil começará em janeiro.

Ainda segundo Pazuello, “todos os estados e municípios receberão a vacina de forma simultânea, igualitária e proporcional à população“.

Atualmente, 2 vacinas aguardam aprovação da Anvisa. No dia 08/01, o Instituto Butantan e a Fiocruz enviaram o pedido para uso emergencial das vacinas.

Governo do Estado

No dia 04/01, foi divulgada a informação de que o Governo do Rio de Janeiro está pensando na possibilidade da aquisição de cerca de 25 milhões de doses de vacinas. O Estado separou aproximadamente R$ 600 milhões para a compra das vacinas. Com isso, 12 milhões de cidadãos fluminenses maiores de 18 anos devem ser imunizados.

O Plano do Governo do Estado prevê ainda que o critério para determinar as pessoas vacinadas seja através de visitas domiciliares, além de estratégias para pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade social.

No dia 30/12, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou as primeiras informações do Plano de Contingência do Governo do Rio de Janeiro para a vacinação contra a Covid-19. O programa estabelece toda a estratégia de imunização no estado, em combinação com o Plano Nacional. No plano, que visa fornecer infraestrutura para a imunização, a SES informou que recebeu um primeiro lote com 8 milhões de agulhas e seringas que serão usadas para a vacinação, assim que a Anvisa aprovar a compra das vacinas pelo Ministério da Saúde. Um segundo lote com outras 8 milhões de agulhas e seringas tem previsão de entrega à Secretaria em janeiro.

Além disso, o Governo já iniciou a readequação da estrutura de logística para armazenamento e distribuição das doses de vacinas. De acordo com o Plano de Contingência, foi iniciado o processo de compra de 163 câmaras refrigeradas que serão enviadas aos municípios fluminenses, para ajudar na montagem da infraestrutura local. Também estão sendo comprados 50 freezers com capacidade de armazenamento a menos de 70 graus Celsius, necessários para armazenar as vacinas da Pfizer, além de 3 mil caixas térmicas com termômetro, 3 mil caixas técnicas sem termômetro e 3 mil termômetros avulsos.

No início de dezembro, o governador em exercício, Cláudio Castro (PSC), afirmou que o estado comprará entre 1 e 2 milhões de doses da primeira vacina que for aprovada pela Anvisa. Ele disse ainda que a Secretaria de Saúde do Estado mantém contato com diversos fornecedores.

No dia 10 de dezembro, o Governo tomou as primeiras medidas, com a compra do primeiro lote de insumos, com 8 milhões de agulhas e seringas. Na mesma data, foram divulgadas as primeiras informações sobre um plano de imunização no Estado. Composto por 4 fase iniciais, a previsão é de imunizar 3.564.025 milhões de pessoas. Entretanto, não se sabe quanto tempo cada fase levaria para ser concluída.

A primeira fase inclui profissionais de saúde, a população idosa a partir de 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência, como asilos e casas psiquiátricas, e a população indígena. A segunda aponta para pessoas entre 60 e 74 anos. Já a terceira prevê a vacinação de pessoas com comorbidades. E a quarta será para professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e a população carcerária.

Vale ressaltar que, apesar de não haver algum tipo de previsão para o Governo do Estado adquirir alguma vacina, a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou um projeto de lei que autoriza a compra de vacinas que não sejam fornecidas pelo Programa Nacional de Imunizações, desde que sejam aprovadas pela Anvisa. Dessa forma, com a aprovação, o Governo poderá comprar outras vacinas, além da que for distribuída no PNI, para acelerar a imunização no Estado.

Prefeitura do Rio

O prefeito Eduardo Paes (DEM) disse no dia 09/01 que a expectativa é começar a imunização até o final do mês. No dia 08, ele havia afirmado que a data estimada é seria dia 25 de janeiro, uma segunda-feira. Paes ainda disse que quer iniciar o plano do Rio, que envolve a compra de 3,2 milhões de doses, juntamente com São Paulo, com a CoronaVac produzida pelo Instituto Butantan.

No dia 03/01, Paes se reuniu com o governador em exercício, Claudio Castro para discutir, entre outros assuntos, sobre o plano de vacinação. O prefeito destacou que o Rio seguirá o PNI e que, na capital fluminense, a vacinação será realizada nas Clínicas da Família.

O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz explicou ainda que, de início, o objetivo é o de imunizar 2,6 milhões de pessoas nas primeiras quatro etapas do plano de vacinação, a partir do cronograma do Programa Nacional de Imunização.

No dia 02/01, Soranz autorizou, em edição extraordinária do Diário Oficial, a abertura de processo administrativo para licitar a contratação de empresa especializada para fornecer seringas agulhadas.

Porém, mesmo se mostrando otimista com o PNI, Paes continuou negociando outras vacinas. No dia 19 de dezembro, o prefeito eleito se reuniu com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Eles assinaram um termo de cooperação com o Instituto Butantan para a aquisição da Coronavac.

Poucos dias depois, Paes indicou que trabalha em outras frentes negociação para comprar pelo menos mais dois tipos de imunizantes contra a Covid-19: o da fabricante americana Moderna e o da farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, que será produzido pela Fiocruz. No mesmo dia (21/12), ele se reuniu com a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, para oficializar o compromisso com o Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19.

Além disso, a Fiocruz, que está se preparando para produzir o imunizante criado pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, está desenvolvendo duas vacinas próprias contra a Covid-19. A pesquisa, feita com financiamento nacional, têm prazo de conclusão para o final de 2021 ou o primeiro semestre de 2022, segundo o cronograma. Contudo, apenas uma delas será destinada a imunização da população: a que se sair melhor nos estudos pré-clínicos.

Clínicas privadas

Em 03/01, foi divulgado pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) que clínicas da rede privada de saúde negociam a compra de cinco milhões de doses de vacinas contra Covid-19 com o laboratório indiano Bharat Biotech. O medicamento, batizado de Covaxin, teve o seu uso emergencial na Índia aprovado neste fim de semana (02 e 03/01) pelas autoridades do país asiático, porém ainda depende da autorização da Anvisa para ser usado no Brasil.

Em um cenário otimista, de acordo com ele, a vacina deve estar disponível nas clínicas particulares do Brasil na segunda quinzena de março. O público-alvo seria aquele não coberto pelo Plano Nacional de Imunização, divulgado pelo Ministério da Saúde em dezembro.

Ainda não há qualquer previsão de quanto custará a vacina na rede privada. Segundo o presidente da ABCVAC, Geraldo Barbosa, isso vai depender do valor que sairá do laboratório e do custo para a sua distribuição nas clínicas. A tecnologia de vírus inativo permite que o armazenamento da vacina seja realizado entre 2° a 8°C.

Barbosa explicou também que a venda das vacinas para o mercado privado não irá impactar o fornecimento do imunizante para o sistema público já que as doses fazem parte de uma produção adicional do laboratório.

Niterói, Macaé e Maricá

No dia 9 de dezembro, foi autorizada a compra de vacinas contra a Covid-19 em Niterói. Assim, a prefeitura do município poderá adquirir o imunizante, que precisará ter aprovação da Anvisa, caso este não seja fornecido pelo Governo Federal por meio do Programa Nacional de Imunizações.

Além disso, mais 2 municípios do Rio firmaram parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo, para a compra de doses da vacina contra a Covid-19 intitulada de CoronaVac.

Em Macaé, na Região Norte Fluminense, a Prefeitura local anunciou a aquisição de 500 mil doses, que serão distribuídas primeiramente a grupos prioritários como profissionais de saúde, idosos e pessoas com doenças crônicas. Já em Maricá, na Região dos Lagos, serão 440 mil, e o plano de distribuição ainda será detalhado. Em ambas as cidades a imunização deve ter início em janeiro de 2021.

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