N.E.: Para quem não sabe André Delacerda escreve ficção e em uma edição especial para o Diário do Rio escreverá sobre a história da família Oliveiras Tejo que vem para o Rio de Janeiro com a Família Real e até os dias de hoje participou dos principais momentos de nossa cidade.
O trote do eqüino de origens mouras e cor mascava, em velocidade rompia as montanhas que circundavam o velho Tejo. O cavaleiro de vestes oficiais parecia afoito por chegar logo ao destino, por isso, impulsionava o cavalo a correr mais e mais com o bater das botas de encontro a parte inferior da cela do animal.
Chegando ao alto de uma colina o oficial pôde ver o leito do Tejo emoldurado pelas montanhas de oliveiras e vinhais. Observou parado como que se quisesse recuperar o fôlego das muitas léguas andadas desde Lisboa até aquelas bandas.
Deu mais um toque no cavalo que voltou a correr sobre a inclinação e passou rente a uma placa de maneira que distintamente indicava que ali entrava-se na propriedade dos Oliveiras Tejo.
Puxou mais o arreio para tentar deter a velocidade do animal, passou por entre um arco de pedra que se compunha por uma murada de media altura, tendo a sua frente um jardim de oliveiras e cortiças que servia de cortina para o belo sobrado de dois andares sob uma pequena inclinação próximo ao leito do Tejo.